Jornal da Tarde
21/05/2008
Para dificultar a ação de golpistas contra os aposentados, governo criou uma série de restrições ao uso desse tipo de crédito, mas, mesmo assim, ele continua a ser o mais barato do mercado. Saiba qual a melhor forma de utilizá-lo
CAROLINA DALL’OLIO, carolina.dallolio@grupoestado.com.br
O consignado continua a ser o crédito mais barato do mercado, mesmo com a nova regulamentação para empréstimos voltados a aposentados e pensionistas. Na segunda-feira, o Ministério da Previdência Social anunciou mudanças na concessão e uso do crédito - entre elas, o valor limite de 20% da renda para empréstimos pessoais e 10% para cartão de crédito. Mas não alterou os juros baixos: que permanecem em 2,5% para empréstimo e 3,5% para cartão de crédito.
“As restrições no crédito consignado só servem para o aposentado organizar suas finanças e começar a pensar melhor no uso que vai fazer do dinheiro”, afirma Fabio Gallo Garcia, professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas e da PUC-SP. De acordo com Garcia, a melhor utilização para esse dinheiro é quitar as dívidas já contraídas. “Quem fez outro tipo de empréstimo, certamente está pagando juros mais altos que os do consignado. Então, é um bom negócio recorrer a esse crédito e liquidar as outras pendências de uma vez”, recomenda o professor.
Uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), referente ao mês de março, revela que 17% dos cidadãos utilizam o crédito consignado. Entre eles, 55% usam esse dinheiro para pagar dívidas. “Os aposentados devem sempre se livrar das prestações, pois eles precisam guardar dinheiro para custear produtos de extrema necessidade - como alimentos e remédios - que podem sofrer aumentos a qualquer hora”, aconselha Marcel Domingos Solimeo, superintendente de Economia da ACSP.
Para quem pretende adquirir algum produto mas não tem dinheiro para comprar à vista, também é recomendável pedir empréstimo pessoal consignado em vez de recorrer aos carnês das lojas. Na ponta do lápis, as vantagens são imensas.
Cálculos realizados por Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mostram que o aposentado que comprar uma geladeira no valor de R$850 em 12 vezes com cartão de crédito convencional vai pagar, no final das contas, R$1.551,12. Mas se ele pedir um empréstimo pessoal consignado para quitar a dívida à vista na loja, poderá pagar o valor em até 60 meses para o banco e gastar R$1.650 - só R$98, 88 a mais por um prazo muito mais longo. Mas é preciso lembrar que o empréstimo é abatido direto do pagamento. Portanto, representa uma receita a menos todo mês.
COMO FICAM AS REGRAS
ANTES
Não estava claro se o consignado poderia ou não ser usado como financiamento
As parcelas do empréstimo poderiam comprometer, no máximo, 30% da renda
Desde que não ultrapassasse esse valor, o número de empréstimos era ilimitado
Os bancos podiam retardar a cobrança das parcelas e cobrar juros pelo período de carência
O crédito poderia ser tomado em qualquer região do país
O limite do cartão de crédito era de três vezes a renda mensal e podia ser sacado em dinheiro
AGORA
Agora, ficou proibido vincular o empréstimo ao pagamento de qualquer produto
A regra ainda vale. Mas o destino está especificado: 20% para
empréstimo e 10% para cartão
Cada aposentado pode adquirir, no máximo, seis empréstimos e um cartão de crédito
Para evitar que os aposentados se afundem nos juros, o governo proibiu a concessão de carência
O empréstimo só pode ser feito no Estado onde mora o aposentado
O valor baixou para equivalente a dois meses de benefício e o
saque em espécie está proibido
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