segunda-feira, 20 de julho de 2009

CDB perde espaço para poupança

Autor(es): Yolanda Fordelone

O Estado de S. Paulo - 20/07/2009

  

A queda da Selic, que deve prosseguir na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira, acirrou a competição da poupança com os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Apesar de o CDB ser uma importante opção em renda fixa e ter se tornado coqueluche no auge da crise, a situação mudou. Hoje, avaliar a remuneração é cada vez mais relevante, principalmente para os títulos pós-fixados. A remuneração do CDB reflete um porcentual do CDI e, atualmente, esse porcentual precisa superar 100% para o rendimento líquido do CDB superar o retorno da poupança.

O coordenador do Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Empreendedorismo (Cefipe), Marcos Silvestre, estima que o investidor precise dispor de R$ 50 mil para obter taxas atrativas. ''A competição não está fácil para o CDB.''

Opinião semelhante tem o professor e educador financeiro Mauro Calil, baseado no desempenho dos próprios investimentos. ''Meu CDB, com taxa de 97,5% do CDI, perdeu para a poupança em junho'', compara. ''A verdade é que o aplicador precisa ter muito dinheiro para conseguir algo próximo a 100%.'' Há dois meses, o empresário Amir Hamad chegou a pesquisar o investimento em CDB. ''Era uma taxa muito pequena, resolvi ficar na poupança'', diz o investidor.

Segundo projeções de Silvestre, o rendimento da poupança deve ficar entre 0,55% e 0,60% ao mês em 2009. Se a caderneta atingir o teto da estimativa, o retorno do CDB só baterá o da poupança se equivaler a 103% do CDI, com a alíquota máxima de Imposto de Renda (22,5%), referente a prazo de até seis meses. Para um período superior a dois anos, quando a tributação de IR cai para a alíquota mínima, de 15%, a rentabilidade pode ser menor: se for de 94% do CDI, empatará com a caderneta.

As taxas dos CDBs são definidas levando em conta também o relacionamento com o cliente. ''Em geral, para aplicação de R$ 5 mil, a taxa começa em 80% do CDI'', diz o diretor de negócios e tesouraria do Itaú, Luiz Marcelo Moraes.


ENTENDA

Rendimento líquido - Ganho após a dedução de todas as despesas, referentes a impostos e taxas. No caso do CDB, deve ser descontado o Imposto de Renda.

Títulos pós-fixados - Papéis de renda fixa que remuneram a carteira do investidor conforme a variação da taxa de juros básica brasileira, a Selic.

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