segunda-feira, 14 de junho de 2010

Educação financeira chega às escolas da rede pública

O Estado de São Paulo

14/06/2010

Programa da CVM em parceria com o MEC começará em agosto em 900 escolas[br]de seis Estados
Roberta Scrivano

A partir de agosto, 900 escolas públicas estaduais de cinco Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará e Tocantins - começarão a aplicar o tema "educação financeira" para as classes do ensino médio. A novidade é uma iniciativa dos órgãos reguladores do setor financeiro nacional, coordenada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o apoio do Instituto Unibanco.

Livros e cadernos de exercícios foram preparados especificamente para os alunos. Aos professores, também serão doados livros que terão uma espécie de "roteiro" a ser seguido durante as aulas. "O tema vem como um complemento e não como uma matéria", explica José Alexandre Vasco, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM.

Jaqueline Moll, da secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, explica que a ideia é inserir a educação financeira em diferentes disciplinas, como português, história, sociologia, geografia e matemática. "O currículo escolar precisa responder ao conhecimento clássico e à vida contemporânea, e esse tema está sendo introduzido com esse intuito."

Vasco diz que essa primeira etapa é um projeto-piloto para que, até o fim do ano, o desempenho do programa seja analisado e, a partir dos resultados, ser ampliado para as outras escolas e outras séries. "Em 2011, começaremos o projeto-piloto nas séries do ensino fundamental."

O material didático foi elaborado pelo Instituto Unibanco, com o aval dos agentes do setor financeiro e aprovado pelo MEC.

Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto, esclarece que o conteúdo trata assuntos como consumo consciente, planejamento financeiro, além de explicar as funções dos incontáveis produtos financeiros que estão disponíveis no mercado hoje.

Os envolvidos no projeto também dizem que o objetivo não é estimular o crescimento do mercado, tampouco promover estímulos à utilização de produtos financeiros. "Por isso, a abordagem será técnica e imparcial", garante Vasco, da CVM.

Para conseguir aplicar o que chamam de "abordagem técnica", os professores da rede pública foram capacitados pelo Instituto Unibanco. "Nós capacitamos multiplicadores", diz Wanda.

Isso quer dizer que, para cada 10 professores, foi capacitado um que será encarregado de passar (ou multiplicar) o que ensinou aos outros colegas. No decorrer do semestre, o Instituto também manterá um orientador do assunto em cada uma das escolas selecionadas pelo projeto.

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