quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Número de novos cadastros no Tesouro Direto cai 33%

Valor Econômica

21/01/2010

De São Paulo

O Tesouro Direto - sistema de negociação de títulos públicos pela internet - atraiu menos investidores em 2009. No ano passado, 28.719 aplicadores se cadastraram no programa, elevando em 19,7% o total acumulado em relação a 2008. Apesar disso, a quantidade de novos cadastros caiu um terço, ou 33%, em relação aos 42.946 que aderiram ao programa no ano anterior.

A redução no ritmo de crescimento de cadastros ocorreu justamente num ano em que a crise financeira internacional arrefeceu, fazendo com que muitos investidores buscassem ativos um pouco mais arriscados.

 

 

O Índice Bovespa, por exemplo, encerrou 2009 com valorização de 82,66% . Com o mercado acionário em alta, o interesse por ações também aumentou. A BM&FBovespa encerrou o ano passado com 552.364 contas de pessoas físicas, 15.501 a mais do total registrado em 2008.

É preciso ressaltar, entretanto, que o forte crescimento do número de cadastros novos no Tesouro Direto em 2008 se deveu aos impactos da crise financeira, que levou os investidores a buscar refúgio em alternativas de investimento mais conservadoras.

A queda no ritmo de crescimento do número de cadastros ocorreu justamente no ano em que o Tesouro Direto fechou uma parceria com a BM&FBovespa, que passou a divulgar o programa em sua campanha de popularização. Além disso, as duas instituições fizeram um processo de integração do sistema de negociação eletrônica de ações, o home broker, com o de venda de títulos públicos para as pessoas físicas, para facilitar as operações.

Os números do balanço das operações do sistema mostram que os pequenos investidores ainda são maioria nas aplicações. A venda de títulos para valores até R$ 1 mil representou 28,2% das operações no ano passado. Já a fatia para investidores com investimentos de até 5 mil atingiu 67,5% do total.

Os títulos mais procurados em 2009 foram as Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos com rentabilidade prefixada), com 28,53%. Em seguida ficaram as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com 21,16%. Esses papéis remuneram o investidor com juros definidos no momento da compra mais a variação do IPCA.

As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F, títulos prefixados com pagamento de juros semestral) representaram 19,61% das vendas no ano. Em quarto lugar ficaram as NTN-B Principal - que têm as mesmas características da NTN-B, mas sem pagamento de juros semestral -, com 17,73%. As Letras Financeiras do Tesouro (LFT, pós-fixadas), que seguem a variação da Selic, obtiveram fatia de 12,96%.

As vendas de títulos públicos por meio do Tesouro Direto somaram R$ 1,562 bilhão no ano passado, valor praticamente estável em comparação ao R$ 1,558 bilhão registrado em 2008 - crescimento de 0,27%. Os papéis com prazo entre um e cinco anos representaram 48,88% das vendas. Já os títulos com vencimento acima de cinco anos tiveram participação de 44,45%. Os papéis com vencimento em até um ano representaram apenas 6,67% do volume de vendas.

As NTN-B Principal com vencimento em 2024 foram as mais rentáveis no ano passado, com retorno de 25,55%. Em seguida vieram as NTN-B 2045, com rendimento de 24,91%. A rentabilidade dos títulos atrelados a índices de preços, que inclui também a NTN-C, indexada ao IGP-M, variou entre 11% e 25,6% no ano passado.

Entre as LTN, o destaque ficou por conta dos papéis que vencem em janeiro de 2011, com 14,41%. Considerando LTN e NTN-F, os títulos prefixados apresentaram rentabilidade entre 12,2% e 15,2%. Já os pós-fixados obtiveram retorno de 9,9%.

O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 3,268 bilhões no fim de 2009, o que representa um acréscimo de 32,9% em relação ao anterior, no valor de R$ 2,460 bilhões.

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