quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Está mais fácil comprar imóvel popular em São Paulo

Jornal da Tarde

09/12/2009

Oferta de casas e apartamentos de dois dormitórios aumentou este ano na capital em comparação com 2008. Na esteira do programa 'Minha Casa, Minha Vida', construtoras concentram lançamentos em unidades desse tipo

CAROLINA DALL'OLIO, carolina.dallolio@grupoestado.com.br

De olho no consumidor de baixa e média renda, as construtoras lançaram imóveis menores - e mais baratos - em 2009, mudando o perfil do mercado imobiliário paulistano. Até o ano passado, as unidades de três dormitórios respondiam pela maior parte dos lançamentos. Agora, quem for comprar a casa própria vai perceber que a oferta se concentra nas de dois dormitórios.
Segundo estudo do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) divulgado ontem, os imóveis com dois quartos passaram de 34,6% dos lançamentos em 2008 para 45,9% em 2009. Já as unidades com três quartos caíram de 38,2% para 32,4% do total (veja ao lado).

Crédito mais farto e mais barato explica, em parte, a mudança de perfil das unidades lançadas. Em 2009, os juros caíram, e o volume de recursos voltados ao financiamento imobiliário aumentou - devendo fechar o ano na casa dos R$ 32 bilhões, 6,3% a mais que os R$ 30,1 bilhões emprestados em 2008. Com isso, ficou mais fácil fazer a prestação da casa própria caber no bolso.

Mas o principal incentivo para as construtoras mudarem de foco, investindo menos em imóveis de alto padrão e priorizando os populares, partiu do governo. Com o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, que subsidia o financiamento de imóveis novos de até R$ 130 mil voltados para famílias com renda de até dez salários mínimos, o mercado recebeu uma injeção de capital para empréstimos diretos a construtoras e mutuários. Somados os recursos do FGTS, do Orçamento Geral da União e do BNDES, o projeto vai contar com uma verba total de R$ 34 bilhões até 2010.

Em sintonia

"Os produtos ofertados pelas incorporadoras, na cidade de São Paulo, agora estão indo ao encontro das necessidades do consumidor", avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. As vendas de 2009 mostram que Petrucci está certo. De acordo com a pesquisa do Secovi-SP, 41,5% dos imóveis novos vendidos em 2009 tinham dois dormitórios. Em 2008, eles eram 31,7%.
O comportamento das vendas dos imóveis usados já indicava que havia uma lacuna no mercado a ser preenchida. "Para as imobiliárias, as casas e apartamentos de dois quartos sempre foram os mais vendidos", relata José Viana neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP). Em 2009, os usados responderam por mais de 50% das unidades comercializadas.

"Os imóveis usados chegam a custar até metade do preço dos novos, e há opções muito variadas", descreve Viana. "Por isso, quem não encontrava um imóvel novo por um preço acessível ou no tamanho que queria, se voltava para os imóveis usados."
A tendência é que as construtoras continuem lançando imóveis populares em 2010. Afinal, apenas 300 mil unidades foram contratadas pelo 'Minha Casa, Minha Vida' em todo País até agora, estima o Secovi-SP. Para cumprir a meta do programa de financiar 1 milhão de moradias até 2010, faltariam, portanto, 700 mil contratos a serem fechados em 12 meses. Do total de imóveis financiados pelo projeto, 184 mil devem estar no Estado de São Paulo.


COMO FAZER

PARA QUEM GANHA ATÉ TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS

É preciso procurar a prefeitura, o governo do Estado ou movimentos sociais para se cadastrar no 'Minha Casa, Minha Vida'

A parcela a ser paga durante dez anos será simbólica: o custo mínimo é de R$ 50 e pode chegar a, no máximo, 10% da renda

PARA QUEM GANHA DE QUATRO A DEZ SALÁRIOS

A venda dos imóveis será feita por meio das próprias construtoras e da Caixa Econômica Federal
Basta encontrar um imóvel novo, que custe até R$ 130 mil e solicitar no financiamento um
financiamento do 'Minha Casa, Minha Vida'

Será preciso passar por uma análise de crédito

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