quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Renda fixa ganha com juro menor

Valor Econômico
Luciana Monteiro e Angelo Pavini, de São Paulo
14/01/2009



A grande expectativa de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) irá cortar a taxa Selic na sua próxima reunião nos dias 20 e 21 de janeiro vem favorecendo a rentabilidade dos fundos de renda fixa e multimercados.

Segundo dados do site financeiro Fortuna, os renda fixa, que podem aplicar em papéis prefixados, apresentam retorno médio de 0,33% no ano até dia 9. Os multimercados têm ganho médio de 0,55%. Esse percentual está acima da variação de 0,30% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI, o juro interbancário que serve de referência para as aplicações mais conservadoras) no mesmo período.


A queda das projeções de juros ajudou o setor de fundos, especialmente os multimercados, diz George Wachsmann, sócio da Bawm Investments. "A bolsa também subiu e o dólar caiu, mas isso mais atrapalhou do que ajudou", conta. Segundo ele, a recuperação dos multimercados foi muito concentrada na alta dos preços das Notas do Tesouro Nacional sério B (NTN-B, título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA acrescido de juros) e dos papéis prefixados por conta da queda dos juros.


A disparada dos juros futuros em outubro e novembro, quando a instabilidade aumentou, deu oportunidade para os gestores comprarem papéis prefixados com ótimas taxas. Uma Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em julho de 2010 chegou pagar 17,30% ao ano em 27 de outubro. Ontem, esse mesmo papel pagava 11%. Para Wachsmann, no entanto, é difícil imaginar que esse ganho vai ser estável daqui por diante. Com a instabilidade dos mercados ainda forte neste primeiro trimestre, em meio às incertezas com a economia mundial, o jogo será de espera. "O gestor vai querer cumprir tabela apenas, para quando o mercado voltar a melhorar, ele fazer bonito", diz.


O ano também começou bem em termos de captação para o setor de fundos, com ingresso de R$ 3,826 bilhões até o dia 9. Os fundos DI foram os que mais atraíram recursos, com R$ 2,579 bilhões, seguidos pelos renda fixa, com R$ 2,128 bilhões no período. Os fundos curto prazo - que aplicam em papéis com vencimento de no máximo 365 dias - também apresentam captação, de R$ 1,388 bilhão. Em contrapartida, os multimercados continuam sofrendo resgates, de R$ 5,071 bilhões até o dia 9.


Apesar da alta do Índice Bovespa, de 10,74% até o dia 9, os fundos de ações apresentam resgate de R$ 110 milhões. As carteiras formadas só por Petrobras registraram ganho médio de 11,77% no período, mas saques de R$ 84 milhões. Os fundos de Vale renderam 15,20% e resgates de R$ 12 milhões.


Veja as tabelas de fundos em http://www.valoronline.com.br/fundodeinvestimentos.aspx





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