segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Descubra seu perfil e comece a investir

Definir qual modalidade de aplicação é a melhor para você é o primeiro passo para fazer seu dinheiro render

FABRÍCIO DE CASTRO,
fabricio.castro@grupoestado.com.br

Quando o assunto é o futuro, o educador financeiro Mauro Calil costuma comparar a postura de um investidor com a de um piloto de Fórmula 1. Ambos estão numa corrida, mas nem sempre o primeiro sabe o que está fazendo. “E investir sem conhecimento não é agressividade. É loucura”, adverte o especialista. “É como se um motorista comum pilotasse uma Ferrari.”

No Centro de Estudos e Formação do Patrimônio Calil & Calil, o educador lida com investidores de todos os tipos, de conservadores que adoram a caderneta de poupança a arrojados que preferem a bolsa de valores. “Não tem problema você ser agressivo. Desde que saiba o que está fazendo”, alerta o professor.

Na prática, a postura do investidor depende de seu apetite ao risco, de seu conhecimento sobre o mercado e de sua história de vida. Ao avaliar esses fatores, é possível descobrir seu perfil e aplicar os recursos com mais segurança.

No teste ao lado, feito a pedido do Jornal da Tarde pelo consultor financeiro Paulo Adriano Freitas Borges, é possível pesar os fatores. Ao descobrir seu perfil de investidor, o leitor pode consultar uma carteira sugerida. “Na formulação da carteira, levei em conta a crise econômica”, explica Borges. “Ela é apenas uma sugestão, e suas porcentagens podem até mudar.”

Em períodos de bonança, diz Borges, o arrojado pode aumentar a porcentagem do dinheiro investido em ações para até 50%. “Mas a pessoa precisa saber o que faz. Senão o ato de investir vira um jogo.”

Idade e família

Os jovens podem - e devem - ser mais agressivos, porque têm um longo caminho pela frente. Se perderem dinheiro, ainda há tempo para recuperá-lo.

Pessoas casadas, com filhos e mais velhas, no entanto, precisam de uma dose maior de conservadorismo. Se o dinheiro sumir, pode ser para sempre. “Muitos clientes chegam até mim machucados. Eles sofreram perdas porque não souberam investir”, diz Borges.

Esse desconhecimento provoca o que a consultora Glória Maria Garcia Pereira, autora do livro As Personalidades do Dinheiro, classifica como “efeito de manada”. “Quando a imprensa noticia que a bolsa de valores subiu demais, durante um período seguido, a pessoa embarca. Mas ela entra na bolsa com o mesmo comportamento que tinha ao investir na caderneta de poupança ou em CDBs.”

Na hora da crise, o investidor cai em desespero e acumula prejuízos. O que faltou? Conhecimento.

“Entre os meus clientes, a maioria é moderada. E esse é o perfil mais perigoso”, garante Borges. “A pessoa quer ousar, mas não sabe como. Quer ganhar um pouco mais que a poupança, mas não tem informações.”

De acordo com os consultores, é importante investir com segurança, principalmente quando a meta é arriscar mais. Novamente, isso passa pela educação financeira. “E isso não é a leitura de livros de auto-ajuda”, ressalta Glória. “A pessoa tem que fazer cursos, aprender a lidar com gráficos. Ela tem que buscar informações.”

A INTERNET A SEU FAVOR

O site da AE Investimentos (www.aeinvestimentos.com.br) é uma boa opção para quem busca informações financeiras. O conteúdo inclui notícias sobre o mercado financeiro, matérias especiais sobre investimentos e
simuladores. Com as calculadoras disponíveis, o internauta pode
planejar investimentos e acompanhar o desempenho de vários ativos

As páginas de bancos são outra fonte de informações para os investidores. No site do Itaú (www.itau.com.br), o link de “investimentos” traz vídeos com gestores do banco e chats (bate-papos online) com especialistas. O destaque são os gibis virtuais que ensinam a poupar

No site de investimentos do Bradesco (www.shopinvest.com.br), há um glossário financeiro com dezenas de termos, além de simuladores. Para os clientes, há chats com operadores para esclarecer dúvidas

O site do Banco do Brasil (www.bb.com.br) também oferece glossário e simuladores, além de um curso online de planejamento financeiro pessoal

SAIBA MAIS

CDBs

Os Certificados de Depósitos Bancários são títulos negociados pelos principais bancos. Sua rentabilidade está atrelada ao Certificado de
Depósito Interbancário (CDI) que, por sua vez, acompanha a Selic (a taxa básica de juros)

CADERNETA DE POUPANÇA

Uma das aplicações mais tradicionais no Brasil. Ela é reajustada pela taxa referencial (TR) mais 0,5%. Pelas regras em vigor, quando a TR for negativa, ela passa a ser considerada igual a zero, o que garante um
rendimento mensal de 0,5%

FUNDOS DE RENDA VARIÁVEL

São fundos que investem parte dos ativos em ações (renda variável). Existem vários fundos no mercado, alguns indexados ao Ibovespa - principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). São uma opção para investimentos em ações

FUNDOS DE RENDA FIXA

Jornal da Tarde

01/12/2008

Neste caso, os recursos são investidos em títulos públicos federais (Letras do Tesouro) e ativos de baixo risco de crédito. O investimento do dinheiro em ações (renda variável) e em moedas estrangeiras não é permitido

AÇÕES

Negociadas na Bovespa, correspondem a parcelas de uma empresa. Assim, o investidor que possui ações da Petrobrás, por exemplo, é um sócio da estatal. Os lucros do investidor vêm da variação do preço dos papéis e do pagamento de dividendos

CARTEIRA

O conceito está ligado ao conjunto de títulos, ações e participações em fundos. Ao montar uma carteira, o investidor deve diversificar sua composição. Dessa forma, ele diminui sua exposição ao risco durante as crises

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