quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Conta custa até R$ 41 por mês

Jornal da Tarde
16/01/2008

Cliente deve pesquisar preços de pacotes para contratar aquele que mais se encaixa no seu perfil de uso

MARCOS BURGHI,
marcos.burghi@grupoestado.com.br

Ter uma conta em banco pode custar até R$ 41 ao mês. Foi o que a reportagem do Jornal da Tarde constatou ao consultar dez instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.

O maior valor (R$41) foi encontrado no pacote Preferencial Top Premium, do Santander. Entre os serviços incluídos no pacote estão manutenção da conta corrente, número ilimitado de depósitos nos terminais de auto-atendimento, 60 depósitos em cheque no mês, número ilimitado de extratos quinzenais ou semanais. O pacote mais barato da mesma instituição, chamado Econômico, custa R$ 8,90, serve para quem não usa talão de cheque e inclui, menos transações, entre elas dez depósitos mensais no auto-atendimento, depósitos de cinco cheques ao mês e dois extratos mensais que compreendem os períodos de sete ou 15 dias.

De acordo com os dez bancos consultados, apenas a Caixa Econômica Federal e o Real cobram tarifa específica para abertura de contas. Na Caixa, a tarifa é de R$ 21,90, R$15 pela pesquisa cadastral e R$ 6,90 pelo fornecimento do cartão de débito. No Real a taxa é de R$ 4,50 a título de administração de cadastro. Os demais oferecem pacotes de serviços que o cliente não é obrigado a aceitar, mas estará sujeito a uma taxa mensal de manutenção que varia entre R$ 8 e R$ 9. Além disso, ele terá de pagar por todos os demais serviços usados de acordo com as tabelas de cada instituição, o que aumenta consideravelmente as despesas, tornando essa opção inviável.

A vice-campeã entre as tarifas mais altas verificadas pelo JT foi a Cesta Múltipla, do Real, com mensalidade de R$ 40. Entre os serviços incluídos estão o depósito de 150 cheques, 20 extratos e depósito ilimitado em dinheiro no auto-atendimento.

Segundo Renata Reis, técnica da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), o novo sistema de tarifas bancárias, que entra em vigor em 30 de abril, deverá disciplinar a cobrança de tarifas. O sistema unifica nomenclatura de alguns serviços - o que facilita a comparação de preços - e elimina taxas de diversas operações. Até lá, Renata recomenda muita pesquisa antes de abrir uma conta e aceitar um pacote. Ela lembra, porém, que as aberturas de conta estão sujeitas a análises de crédito pelas instituições financeiras, e só depois da aprovação a conta é aberta.

Para advogada Haydee Navarro, de 49 anos, as tarifas dos bancos são “exorbitantes”. Ela afirma que é obrigada a pagar mensalmente por uma quantidade de serviços que não usa. Haydee também critica o fato de alguns bancos condicionarem a diminuição das despesas de manutenção de conta a investimentos. “Estou com o mesmo banco há 20 anos e acho isso injusto. Vivo negociando com o gerente da minha conta reduções por conta de fidelidade”, afirma.

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