segunda-feira, 11 de abril de 2011

Saiba como investir seu dinheiro na compra de títulos públicos

Folha de São Paulo

11/04/2011


FINANÇAS PESSOAIS

MÁRCIA DESSEN


Você venceu a primeira etapa do planejamento financeiro pessoal e como mantém o orçamento sob controle, consegue poupar parte de sua receita criando uma saudável reserva financeira, além de acumular recursos para atingir objetivos futuros.
Provavelmente a caderneta de poupança foi, acertadamente, o seu primeiro investimento. Mas, à medida que tomou gosto pelo hábito de poupar e observa o crescimento do capital, fruto da disciplina e dos juros que recebe, é natural seu interesse por outras alternativas de investimento.
Além da diversificação, o investidor busca rentabilidade competitiva com baixo risco. O Tesouro Direto é uma opção que deve ser analisada com carinho.

RISCO
O governo gasta mais do que arrecada e precisa captar recursos para zerar seu fluxo de caixa. Faz isso com a venda de títulos que representam uma dívida do governo perante o investidor, que aceita emprestar dinheiro para o governo em troca do recebimento de juros pelo prazo definido da operação.
Portanto, o risco do investidor é o risco de crédito, ou seja, o risco de o governo federal não devolver seu capital na data do vencimento do empréstimo. Qual é a probabilidade de ocorrer o risco? Baixíssima. É que os títulos públicos são considerados os mais seguros do mercado.

RENTABILIDADE
Você escolhe a rentabilidade de acordo com seu objetivo de investimento, seu horizonte de tempo e sua expectativa em relação aos rumos da economia.
Se seu horizonte de tempo for relativamente curto, procure uma das Letras do Tesouro. A LTN (Letra do Tesouro Nacional) paga taxa de juros prefixada e é adequada para quem quer saber exatamente quanto vai ganhar e tem a expectativa de queda das taxas de juros.
A LFT (Letra Financeira do Tesouro) é mais adequada para quem tem expectativa menos otimista e acha que pode ocorrer a alta da taxa de juros praticada no mercado. A rentabilidade da LFT é a variação da taxa Selic. Se a média da taxa Selic durante o prazo da operação for 11%, o investidor receberá 11%; se for 13%, receberá 13%.
Se seu horizonte de tempo for mais longo, procure pelas Notas do Tesouro, que se caracterizam por pagar cupom de juros semestralmente.
A NTN-B paga a variação do IPCA mais cupom de juros. É ideal para quem deseja proteger o capital investido contra a possível alta da inflação.
Se você não quer receber os juros semestrais e prefere capitalizar esses juros, compre a NTN-B Principal, que paga a variação do IPCA e a taxa de juros somente na data de vencimento. A NTN-F é um título de taxa prefixada que credita semestralmente a taxa de juros do cupom do título.
Ambas, NTN-B e NTN-F, são indicadas para quem precisa reforçar o fluxo de caixa semestralmente, com o recebimento de juros.

LIQUIDEZ
O Tesouro realiza compras semanais, às quartas-feiras, permitindo que o investidor venda todo ou parte de seu investimento, recuperando o capital desejado antes do vencimento. As taxas são divulgadas no mesmo portal.

COMO INVESTIR
Para operar nesse mercado, abra uma conta em uma corretora, que fará a intermediação entre você e o Tesouro Direto. Consulte no site do Tesouro quais são e quanto cobram as corretoras credenciadas.

CUSTOS E TRIBUTOS
Corretora: livre negociação, de zero a 1% ao ano. CBLC: taxa de custódia de 0,3% ao ano. q Imposto de Renda: alíquota entre 22,5% e 15%, definida em função do prazo da operação. No site da Receita Federal (www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto) há mais informações.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

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