segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Investidores preferem os títulos a ações brasileiras

Valor Econômico

21/02/2011


Jonathan Wheatley | Financial Times

Os investidores no Brasil estão direcionando mais recursos para a compra de títulos do que ações, em mais um sinal de preocupação em torno da desaceleração no ritmo de crescimento e de dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir cortes prometidos nos gastos. Dados divulgados na quinta-feira pelo EPFR Global, consultoria com sede em Boston que monitora fluxos de fundos transnacionais, revelou que os investidores aplicaram mais dinheiro em títulos brasileiros domésticos e internacionais em janeiro do que em renda variável, pela primeira vez desde junho de 2010.

Recursos para títulos representaram US$ 356 milhões líquidos, disse o EPFR, na comparação com apenas US$ 104 milhões para renda variável. O movimento de distanciamento das ações indica que os investidores estão mais atraídos pela renda fixa prometida pelos títulos do que pelo lucro potencialmente maior, mas mais arriscado, proveniente das ações. Dados recentes deprimiram o entusiasmo dos investidores em torno da economia do Brasil, que estaria rumando para uma taxa de crescimento menor, de aproximadamente 4,5%, em 2011.

A produção industrial caiu em dezembro ante novembro, contra aumento esperado de quase um ponto, e as vendas do varejo permaneceram inalteradas em relação a novembro. A inflação nos preços ao consumidor está acelerando a 6% ao ano, superando a meta do governo, de 4,5%. Amer Bisat, do Traxis Partners, consultoria de investimento de Nova York, disse que qualquer distanciamento das ações seria cíclico, não mais duradouro. O governo recentemente anunciou cortes de gastos de R$ 50 bilhões. O pacote foi criticado pela falta de detalhe e por não conseguir efetuar cortes em termos reais em relação aos gastos em 2010.

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