Folha de São Paulo
13/10/2010
Papel já está entre os 15 mais negociados
TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO
Dois anos após estrear timidamente no Brasil, os fundos do Ibovespa, que se tornaram uma febre entre os pequenos investidores nos EUA e na Europa, já aparecem entre os papéis mais populares da BM&FBovespa. O fundo que replica a variação do índice já movimenta diariamente cerca de R$ 60 milhões e figura entre os 15 papéis mais negociados na Bolsa brasileira. Esses fundos recebem um código -no caso, Bova 11, nome pelo qual ficou conhecido- e suas cotas são negociadas no pregão exatamente como uma ação da Vale ou da Petrobras. Aos poucos, o Bova 11 se torna uma blue chip, nome dado às ações de empresas gigantes e de posição monopolista nas áreas em que atuam, como as americanas Microsoft, Apple e Exxon. No último dia 19, o fundo do Ibovespa girou R$ 66 milhões -foi o 14º papel mais negociado no dia. Desde o início do ano, esse fundo inicia diariamente os negócios na Bolsa com um leilão de pré-abertura, como ocorre com Vale, Petrobras, Itaú e Bradesco. Segundo Saulo Mendes, diretor comercial da Blackrock, gestora desses fundos no Brasil, o Bova 11 despertou o interesse dos fundos de pensão e de investidores que viram no produto uma forma barata de diversificar e complementar sua estratégia de gestão. "O volume de negócios aumentou muito ao longo do ano. Vimos os tíquetes negociados caindo a cada dia com a entrada do pequeno investidor pessoa física", disse. O fundo do Ibovespa tem taxa de administração de 0,54%, enquanto os fundos de ações passivos, que buscam desempenho próximo ao índice de mercado, cobram até 2,5%. Já os fundos de gestão ativa, que buscam rendimentos superiores ao índice de referência, cobram até 4%.
FEBRE Com a gestão feita por computadores, esses fundos mudaram a cara do mercado de ações. Há mais de 6.000 fundos no mundo seguindo índices das principais bolsas globais e de preços de petróleo, ouro, prata, imóveis, moedas e até renda fixa. Os fundos de índice chegam a movimentar mais da metade do volume diário da Bolsa do México, onde há mais cem desses fundos, incluindo de ações brasileiras. Nos EUA responderam por 35% das transações na Bolsa de Nova York durante a crise, ocupando espaço dos bancos e dos fundos de hedge. O fundo "brasileiro" mais negociado, na verdade, é o estrangeiro MSCI Brazil, o índice de ações de emergentes do banco Morgan Stanley. O produto tornou-se uma forma de seguir o desempenho de setores como bancário, varejo e farmacêutico. Além do Bova 11, há outros seis fundos de índice negociados na BM&F Bovespa: índice Brasil-100 (Brax 11), pequenas empresas (Smal 11), empresas médias (Mila 11), consumo (Csmo 11), imobiliário (Mobi 11) e PIBB, que segue o índice Brasil-50. Neste ano, o melhor desempenho foi do Smal 11, o fundo de empresas pequenas, que subiu 18,48% -o Bova 11 tem queda de 0,89%, próximo da baixa de 0,36% do Ibovespa.
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