segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Juro real alto ainda garante rentabilidade interessante

Valor Econômico

20/09/2010

De São Paulo


 

Mesmo afastada a perspectiva de alta da Selic, pelo menos neste ano, os juros continuam proporcionando uma rentabilidade muito atraente aos investidores, apontam os especialistas ouvidos pelo Valor.

Com a Selic em 10,75%, o investidor consegue ainda um ganho real (já descontada a inflação) em aplicações conservadoras de cerca de 5% ao ano, ressalta Luiz Gustavo Medina, da M2 Investimentos. "É uma rentabilidade excelente com risco muito baixo, que não se encontra em lugar nenhum lugar do mundo", diz Medina. "Nos países desenvolvidos, os juros nominais estão próximos de zero e, em muitos casos, o juro real é negativo", acrescenta.

Ele lembra que esses ganhos variam de acordo com as condições obtidas pelos investidores, seja em fundos DI, seja em CDBs dos grandes bancos, e do prazo da aplicação, que vai determinar a alíquota do Imposto de Renda sobre os ganhos da aplicação. É preciso verificar a taxa de administração dos fundos DI, por exemplo, que pode derrubar os ganhos para 4% ou 3% real ao ano. "E, mesmo assim, é um ganho bom considerando o risco baixo da aplicação", afirma.

Os juros nominais de 10,75% ao ano pagos pelo Tesouro Nacional são um rendimento "fantástico", sobretudo quando se leva em conta que o Brasil há tempos se tornou um país responsável do ponto de vista fiscal, ressalta Rogério Bastos, da FinPlan. "O investidor pode até encontrar juros mais elevados em alguns países, mas nenhum deles terá as condições fiscais e econômicas do Brasil", afirma.

Para Bastos, é hora do investidor começar a se acostumar também com a ideia de que ganhos espetaculares na bolsa não serão recorrentes daqui para frente. "Não dá para esperar ganho de 80% como no ano passado", alerta Bastos, lembrando que parte expressiva do desempenho do Ibovespa em 2009 foi apenas reflexo de uma recuperação natural após o mergulho de 2008, em razão da crise financeira internacional. "A bolsa vai entrar em um quadro de normalidade, com ganhos médios de 20% até 30% ao ano". (AP)

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