domingo, 15 de agosto de 2010

Livro ensina como planejar aposentadoria


15/08/2010

Obra não foge da matemática para ensinar a calcular benefício ou contratar operações financeiras complexas
"Ideia é que, no final, o leitor seja um pouco economista também", diz Fabio Giambiagi, economista e coautor

PAULA LEITE
EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO
Quem compra um livro de finanças pessoais e logo se depara com explicações sobre progressões aritméticas e progressões geométricas pode se assustar. Mas a matemática aparentemente desafiadora está lá para que o leitor de "O Futuro é Hoje" perca o medo de pegar na calculadora e na planilha e possa defender seu dinheiro na hora de contratar operações financeiras complexas, como financiamento habitacional e previdência privada.
"A ideia é que no final da leitura do livro o leitor seja um pouco economista também", diz Fabio Giambiagi, economista do BNDES, especialista em previdência e coautor do livro.
"Ele mesmo pode fazer as contas relevantes para seu futuro, sem depender da assessoria de ninguém", afirma ele. Para Roberto Zentgraf, coordenador de programas de MBA do Ibmec-RJ e coautor do livro, "a ideia não é ser consultor financeiro nem ensinar a ganhar dinheiro".
Mas ele alerta: "Quem vai cuidar do seu dinheiro é você, não o gerente do banco". A matemática envolvida no cálculo das prestações de uma dívida, entre juros e amortização (pagamento do principal), compõe a primeira parte do livro.
Depois, os autores entram na questão da inflação, explicando que a forma como são feitos os reajustes em uma dívida de prazo mais longo podem gerar impactos financeiros importantes. Os capítulos seguintes são dedicados àquelas que são provavelmente as duas grandes decisões financeiras da vida do brasileiro de classe média: o financiamento da casa própria e a contratação de um plano de previdência privada.
FINANCIAMENTO
Seguindo a ideia de que cada um tem de tomar a melhor decisão para o seu bolso, os autores mostram vários exemplos de diferentes financiamentos imobiliários, com prazos distintos, diferentes tipos de reajuste inflacionário e diferentes tabelas de amortização.
Eles evitam, por exemplo, posicionar-se contra ou a favor da tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) ou da tabela Price.
"Há esquemas que são mais onerosos no começo, mas aliviam a conta depois, e há esquemas em que o ônus se distribui equitativamente ao longo do tempo. Cada pessoa vai lidar com isso conforme suas preferências", diz Giambiagi.
Ou seja, o leitor que espera orientações do tipo "prefira o financiamento X com o prazo Y e a tabela Z" não as encontrará no livro.
PREVIDÊNCIA
No livro, Giambiagi e Zentgraf tocam na questão da dificuldade de convencer jovens a pensar na aposentadoria, já que a maioria das pessoas deixa para se preocupar com a velhice já próximo dela.
"[Queremos que] o leitor se convença da importância crucial que poderá ter na sua vida o exercício de uma disciplina financeira que o leve, chova ou faça sol, a separar todo mês, durante 30 ou 40 anos, um certo valor", diz Giambiagi.
Mas o livro também não oferece soluções fáceis para resolver esse dilema.
Zentgraf, por exemplo, diz que é contra sistemas propostos por alguns economistas pelos quais as pessoas são automaticamente inscritas em planos de previdência privada quando entram em uma empresa, por exemplo, podendo optar posteriormente por não contribuir.
"Em empresas, por exemplo, poderia haver uma tentativa de orientar o funcionário no momento em que ele é contratado, mas sei que muita gente não vai fazer [previdência privada]", diz.


O FUTURO É HOJE
AUTORES Fabio Giambiagi e Roberto Zentgraf
EDITORA Campus
QUANTO R$ 57 (183 págs.)

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