segunda-feira, 8 de março de 2010

FGTS-Petrobras: analistas indicam adesão a oferta

O Globo

08/03/2010

Ação da estatal rendeu 15 vezes mais que Fundo de Garantia


A possibilidade de adesão à capitalização da Petrobras pelos cotistas dos fundos de ações FGTS-Petrobras - que aplicaram parte do Fundo de Garantia em ações da estatal - foi bem recebida por analistas do mercado de ações. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a aplicação de até 30% do atual saldo nos fundos FGTS-Petrobras. De modo geral, a recomendação dos especialistas é aderir à oferta de papéis que será feita pela empresa para financiar a exploração do petróleo na camada pré-sal.

O principal argumento é que a outra opção, o FGTS, rende muito pouco. Desde a criação do FGTS-Petrobras, em agosto de 2000, ele acumula rentabilidade de 948,09%. Enquanto isso, o Fundo de Garantia, corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano, rendeu apenas 62,51%. Ou seja, as ações da estatal renderam aos trabalhadores 15 vezes a correção do FGTS.

Os dados mesclam números da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que só passou a acompanhar estes fundos em 2002, com a variação das ações da empresa antes disso.

Preços-alvos para ações vão de R$38 a R$53

O analista do setor de petróleo da corretora Ágora, Luiz Otávio Broad, é um dos que recomendam a adesão. Ele tem preço-alvo de R$45 para a ação preferencial (PN, sem direito a voto) da Petrobras. Em relação ao fechamento de sexta-feira, a R$35,81, significaria alta de 25,66%.

- A adesão é uma boa opção, primeiro porque o custo de oportunidade (o quanto se deixará de ter de rentabilidade) do FGTS é muito baixo. E temos uma visão positiva para Petrobras a médio e longo prazos, que já é o perfil do dinheiro que está no FGTS - diz Broad.

A gestora de renda variável da Oren Investimentos, Daniella Marques, concorda, pelos mesmos motivos, e destaca:

- Hoje, o que segura as ações da Petrobras são as dúvidas sobre a capitalização. Passado isso, apesar de interferências do governo, petróleo ainda é um bom negócio.

Os preços-alvos dos analistas que acompanham a empresa vão de R$38 a R$53, segundo levantamento da Bloomberg. (Felipe Frisch)

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