quinta-feira, 19 de março de 2009

Acordo levará Tesouro Direto para dentro do home broker

Valor Econômico
Por Catherine Vieira e Angelo Pavini,, do Rio e de São Paulo
19/03/2009


Ricardo Benichio / Valor

Carlos Kawall, diretor financeiro da BM&FBovespa: Tesouro Direto não é oferecido ativamente para o varejo
O Tesouro Direto, que permite aos investidores individuais comprar títulos do governo pela internet, pode ficar mais próximo dos investidores que aplicam em ações por meio do home broker, sistema eletrônico de negociação da BM&FBovespa. A ideia, diz André Proite, gerente de relações institucionais do Tesouro, é oferecer para as corretoras a possibilidade de ter, no próprio home broker, o sistema de negociação do Tesouro Direto.

Uma outra iniciativa, que pode aproximar investidores dos dois sistemas, é incluir nas apresentações educativas do "Bovespa vai até você" as informações sobre a compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto.

De acordo com Proite, a possibilidade de ter a negociação de títulos públicos no home broker ainda deverá passar pela decisão das corretoras associadas, até porque haveria uma necessidade de investimento, para poder fazer a integração das plataformas de negócios. "Estamos com uma agenda bem positiva com a BM&FBovespa e muito animados com as possibilidades de parcerias produtivas para os dois lados", disse Proite.

Apesar de ser muito bom para o investidor de varejo, o sistema do Tesouro Direto não é oferecido ativamente para esse aplicador, afirmou Carlos Kawall, diretor financeiro da BM&FBovespa durante a apresentação dos resultados da bolsa ontem. A parceria com o Tesouro é um dos projetos para ampliar a atuação da bolsa junto ao varejo. "O investidor que compra ações via home broker não consegue acessar o Tesouro Direto no mesmo ambiente, tem de sair do site da corretora e entrar no do Tesouro Nacional com outro cadastro e senha", afirma. Kawall, que foi secretário do Tesouro Nacional e um entusiasta do Tesouro Direto, diz que esse processo complicado acaba levando o investidor a diversificar suas aplicações em fundos, cuja aplicação é facilitada pelos bancos.

Segundo Kawall, as corretoras sempre demonstraram interesse em dar acesso mais fácil ao Tesouro Direto via home broker, o que será possível com essa parceria entre a bolsa e o Tesouro.

Na avaliação de Proite, do Tesouro, a possibilidade de ter na mesma tela os dois sistemas de negociação - de ações e títulos públicos - seria interessante para todos. "Em épocas que um mercado fica menos interessante, o investidor pode aplicar em outro tipo de coisa sem ter que passar por outra instituição ou tela", diz ele.

A inclusão das informações sobre o Tesouro Direto nas apresentações da bolsa também é uma aposta para aumentar a popularização do sistema, na visão de Proite. A instituição vem buscando sempre novas maneiras de acessar novos investidores.

Recentemente, a partir de pesquisas com os clientes, optou-se por reduzir o número de vencimentos disponíveis de 24 para 15. A iniciativa, diz o gerente, é para facilitar o entendimento, já que alguns investidores ficavam confusos com a grande quantidade de papéis. Proite também diz que a ideia agora é ter sempre uma LTN (título de juro prefixado) com prazo de três anos disponível. Outra iniciativa é a redução dos custos para atrair mais investidores.

O Tesouro Direto atingiu em janeiro um estoque total de R$ 2,5 bilhões. O mês recorde foi em outubro do ano passado. Os dados do mês de fevereiro estão previstos para sair hoje

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