quinta-feira, 3 de abril de 2008

Poupe na tarifa. Fuja da agência

Jornal da Tarde
03/04/2008


Taxas cobradas pelos bancos variam até 300% entre o guichê e os meios eletrônicos de serviços

Marcos Burghi, marcos.burghi@grupoestado.com.br


Se a idéia é economizar em tarifas, fique longe das agências bancárias. É o que se pode constatar na comparação das taxas de alguns serviços que, se realizados por meios eletrônicos - terminais de auto-atendimento ou internet - custam para o usuário bem menos do que se ele for ao guichê de uma agência.

O Jornal da Tarde comparou os preços de três serviços: transferência entre contas correntes da mesma instituição; transferência entre bancos por meio de Doc/Ted e saque em conta corrente. A maior variação foi de 300%, encontrada nos preços cobrados pela Nossa Caixa para transferência entre contas correntes. Se feita na agência, a operação sai por R$ 4, enquanto num terminal de auto-atendimento (ATM) a tarifa é de R$ 1.

Segundo Miguel Pereira, diretor-executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), os bancos reduziram as agências a pontos de venda de produtos e serviços. 'As altas tarifas servem para afastar as pessoas de menor poder aquisitivo', diz.

Fernando Malta, diretor do Unibanco, rebate a crítica e diz que os bancos buscam alternativas mais confortáveis para os clientes, mas confirma que as agências se tornaram locais prioritários para a venda de produtos e serviços.

A Caixa informou em nota que 'a consolidação desse comportamento se reflete na popularização e massificação dos meio eletrônicos, o que leva à redução dos valores'.

De acordo com a assessoria de imprensa do Itaú, o banco incentiva o uso do auto-atendimento, visando a praticidade para o cliente.

Segundo a Nossa Caixa as operações por meios eletrônicos têm custos menores. Paulo Renato Steiner, diretor de Produtos do HSBC, explica que as transações nas agências custam mais para os bancos, mesmo argumento usado pelo Bradesco e pelo Banco Real. O Banco Santander informou que não comentaria as diferenças e o Banco do Brasil não respondeu à reportagem.

Fraudes

De acordo com Renata Reis, técnica do Procon-SP, a popularização dos meios eletrônicos elevou o número de fraudes. Enquanto em 2006, a instituição recebeu 464 reclamações de clonagens de cartões ou transações pela internet não reconhecidas, em 2007 o volume chegou a 606 casos, aumento de 30,6%.

Segundo a técnica, o Procon-SP tem recomendado às instituições financeiras o combate contínuo ao problema porque os fraudadores têm meios para quebrar os códigos de segurança. Todos os bancos que responderam à reportagem, afirmaram que investem na segurança das transações.

Renata Reis afirma que quem for vítima de um golpe em transação bancária deve comunicar à instituição imediatamente, além de lavrar um boletim de ocorrência em uma delegacia. Ainda segundo ela, cabe à instituição provar que o erro não foi dela. Ao cliente não cabe o ônus da prova. O estorno da operação deve ser imediato.

A técnica ainda recomenda que os consumidores tomem alguns cuidados para não se tornarem vítimas de golpes desta natureza, como não utilizar internet de lan houses para acessar contas bancárias e tampouco abrir mensagens que solicitem informações sobre os dados das contas dos consumidores. Ela também recomenda a manutenção de antivírus e outros dispositivos de proteção.

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