quarta-feira, 16 de abril de 2008

Aumenta a preferência do aplicador pelos prefixados

Valor Econômico
Por Alex Ribeiro, de Brasília
16/04/2008



Os pequenos investidores que compram títulos públicos de renda fixa pela internet resolveram assumir um pouco mais de risco em março, período em que o Banco Central passou a sinalizar com mais ênfase uma possível alta na taxa básica de juros. É o que mostra o balanço mensal do programa Tesouro Direto, divulgado ontem pela instituição.


Em março, o Tesouro vendeu um total de R$ 89 milhões em títulos púbicos. O principal papel vendido, com 31,45% do volume negociado, foi a Letra do Tesouro Nacional (LTN), um título prefixado que devolve capital e juros no vencimento. Em fevereiro, quando o Tesouro Direto movimentou R$ 71 milhões, as LTNs responderam por 28,4% das operações realizadas.


Também houve aumento das vendas das Notas do Tesouro Nacional - série F (NTNs-F), um outro papel prefixado, que paga juros semestrais e devolve o capital no vencimento. Sua participação relativa nas vendas do Tesouro Direto subiu de 16,5% para 19% entre fevereiro e março.


Em comum, LTNs e NTNs-F têm o fato de serem papéis prefixados e significarem riscos um pouco maiores. O investidor sairá ganhando, se o BC subir os juros básicos menos do que o esperado pelo mercado financeiro. Mas perderá, se o BC elevar os juros além do previsto. A perda ocorre porque os títulos são cotados pelo valor de mercado; se o juro definido pelo BC sobe além do esperado, o valor do papel cai.


Justamente porque o BC vem ameaçando subir os juros, as LTNs e as NTNs-F estão pagando juros mais altos aos investidores. Ontem, no fim da tarde, uma LTN com vencimento em abril de 2009 oferecia uma taxa anual de juros de 12,86%.


Já os papéis do Tesouro com juros pós-fixados, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), perderam terreno em março. Representaram 13,9% das vendas, abaixo dos 16,5% ocorridos em fevereiro. A remuneração das LFTs acompanha a taxa básica de juros definida pelo BC, por isso têm risco menor. A taxa básica está em 11,25% ao ano, e a maior parte do mercado acha que vai subir hoje para 11,5%. Uma minoria acredita em 11,75%.


Também perderam importância relativa os títulos indexados pelo IPCA. No caso da NTN-B, sua participação passou de 23,45% para 22% entre fevereiro e março. Esse papel paga juros prefixados mais a inflação, com juros semestrais e a devolução do capital no vencimento. A participação da NTN-B Principal caiu de 15,19% para 13,5% do total de papeis vendidos, entre fevereiro e março. Esse papel também é corrigido pelo IPCA, mas não paga os juros semestrais ao aplicador, mas apenas no vencimento, junto com o principal.

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