segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CDB e Tesouro Direto lideram as recomendações de investimento para 2011

O Estado de São Paulo

03/01/2011

CDB deverá demonstrar rentabilidades atrativas a partir do segundo trimestre; Tesouro pagará melhor do que a tradicional poupança

Roberta Scrivano e Luiz Guilherme Gerbelli

Começar a investir no novo ano é uma boa alternativa para quem quer incrementar os valores poupados. Com a entrada da nova equipe econômica no governo federal, ocorrerão algumas mudanças no cenário macroeconômico nacional. Os ânimos mais amenos no mercado internacional também trarão movimentos importantes que podem impactar nas aplicações.


Especialistas pontuam como muito relevante a quase certa alta na taxa básica de juros (Selic) no novo ano. "A expectativa é que o governo dê um tranco na economia", comenta Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper (ex-Ibmec). O objetivo principal da alta no juro é o controle da inflação.

Por outro lado, o aumento do déficit em conta corrente nacional poderá desvalorizar o real diante do dólar (leia mais na página B6), o que torna os investimentos em câmbio mais atrativos.

Além disso, há todo o pacote pré-sal, Copa do Mundo e Olimpíada, que devem movimentar com mais força o mercado durante 2011.

Abaixo está a avaliação de especialistas para o desempenho dos principais investimentos para 2011.

CDB. Rodrigo Caparica, diretor do Banco Prosper, aposta que o CDB será o melhor investimento em 2011. Ele explica que os bancos precisarão captar mais dinheiro por meio do CDB neste ano por causa do menor nível dos compulsórios.

"Então, os bancos terão de pagar mais rentabilidade para atrair novos investidores aos CDBs", comenta. Esse movimento, no entanto, deve ser notado a partir do segundo trimestre do ano.

Ele sugere que o investidor procure CDBs pós-fixados, já que há tendência de aumento nos juros.

Mauro Calil, consultor e educador financeiro, considera essa modalidade muito vantajosa já no início do ano para volumes superiores a R$ 50 mil. "Mas o prazo mínimo deve ser de 12 meses", recomenda o educador.

Poupança e fundos RF e DI. Se a inflação continuar subindo e se as medidas de aperto monetário não surtirem efeito, a caderneta não é o investimento mais recomendado para o novo ano. "Sempre acho a poupança um bom negócio para quem está iniciando o processo de guardar dinheiro", pondera Rocha do Insper.

Calil salienta que se a inflação subir acima dos 4,5%, fundos de renda fixa tornam-se mais atrativos que a poupança.

Se a opção for o fundo, o especialista salienta que é preciso atenção às taxas de administração cobradas sobre o investimento. Ou a rentabilidade será menor que a esperada. "A taxa de administração acima de 1% corrói a rentabilidade. Tem de tomar cuidado. Para um valor acima de R$ 50 mil, pode ser melhor um CDB bem negociado", recomenda.

Buscar fundos pós-fixados são a recomendação de Edson Franco, superintendente executivo de investimentos do Banco Santander. "Tanto em fundos de renda fixa, quanto nos DIs e CDBs essa é a recomendação. Isso porque há tendência de aumento do juro", detalha.

Tesouro Direto. Os títulos do Tesouro Direto têm sido cada vez mais recomendados por especialistas em investimentos. "São uma boa alternativa em substituição à poupança, por exemplo", sugere Fábio Colombo, administrador de investimentos. Ele salienta, no entanto, que é preciso ter atenção aos prazos dos títulos.

Fábio Gallo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra também que liquidez não é problema nessa modalidade.

"O ideal é deixar até o vencimento. Mas, se for necessário fazer o resgate antes, normalmente há liquidez", comenta. "Sempre que sobrar um dinheiro, o cidadão deveria pensar no Tesouro Direto. As taxas são muito boas", emenda Calil.

Multimercado. Quando o assunto é fundo multimercado, os especialistas em investimento sempre fazem diversas ressalvas. Para Rocha, do Insper, por exemplo, há muitas incertezas nessa modalidade. "Acaba sendo interessante só para quem quer ir à bolsa, mas não tem tempo de selecionar as melhores ações", detalha.

A recomendação antes de escolher em qual fundo aplicar é olhar o patrimônio líquido total, analisar a classificação de risco (se é moderado, agressivo ou conservador), verificar quem é o gestor e quais os resultados obtidos no passado.

Nenhum comentário:

Locations of visitors to this page