segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O que sobra do consumo acaba na poupança

Jornal do Brasil

13/10/2010

Caderneta atrai R$ 5,7 bilhões com o décimo terceiro, mas há investimentos melhores 

 Antonio Puga 

 A caderneta de poupança sempre foi a principal forma encontrada por boa parte dos assalariados brasileiros para economizar algum dinheiro. Só a Caixa Econômica Federal agrega mais de 37 milhões de poupadores. Isso significa cerca de 300 mil novas contas abertas a cada mês. Segundo um levantamento do instituto Data Popular, somente as classes C, D e E aplicarão na poupança R$ 5,7 bilhões neste fim de ano, por conta do 13º salário.

 Apesar de toda a segurança, essa modalidade de investimento vem sendo questionada por economistas e especialistas do mercado financeiro, que defendem outras formas de aplicar o dinheiro. Para o coach financeiro da Trader Brasil Escola de Investidores, Alan Soares, o brasileiro procura a poupança por não conhecer outras formas de aplicação.

 – Boa parte da população não entende conceitos de finanças, e isso traz problemas na hora de criar um plano de investimentos.
 A poupança é corrigida pela taxa referencial mais 0,5% e não perde nada para o imposto de renda. Mas só oferece garantia com relação aos depósitos de até R$ 60 mil. Só que essa salvaguarda se estende a diversos outros tipos de investimento, como o certificado de depósito bancário (CDB).
 

Ao final de um ano, o rendimento total da poupança fica em torno de 6%, enquanto o CDB, que é uma aplicação de baixo risco, pode chegar a 10%.
 O mérito da poupança é não ter limite de investimento. O estudante Ricardo Saldanha, 18 anos, tem a sua caderneta.
 

– Do dinheiro que ganho no estágio, destino uma parte para poupança. Sei que não rende muito, mas é uma forma de ter algum rendimento. Com o dinheiro que juntei já comprei um computador – conta.
 

Mulheres são mais da metade dos poupadores 

Por mais que existam outras formas de aplicações, a importância da poupança pode ser medida em números. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, segundo dados do Banco Central, a caderneta teve uma captação líquida (depósitos menos retiradas) de R$ 32,3 bilhões.
 

Um levantamento da Caixa Econômica Federal sobre o perfil dos poupadores mostra que 41% estão na faixa de 21 a 40 anos, sendo que as mulheres predominam no segmento de menor renda, respondendo por 54%. Já os homens são maioria no patamar de maior renda, com 60%.
 

A opção pela poupança tem explicação: apesar do baixo rendimento que oferece, abrir uma conta não exige grandes somas, e há isenção de imposto e de taxa de manutenção.
 Para abrir a conta, basta ter um documento de identidade, CPF e um comprovante de residência. O valor do depósito inicial varia de banco para banco.

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